31/08/12

ALGUNS CUIDADOS COM SEU MIANTE...

Durante a sua rotina de higiene diária com a pelagem, os felinos podem ingerir grandes quantidades de pêlos. Isto ocorre devido à presença de uma série de papilas gustativas muito rugosas presentes na língua do gatinho, que funcionam como uma “escova” que arrasta os pêlos mortos que ao serem deglutidos, misturam-se com os restos de alimento e secreções gástricas formando assim as bolas de pêlo, ou tricobezoares.

Em situações normais, essas bolas de pêlo são eliminadas naturalmente através da expulsão por vômitos ou pelas fezes. Porém existem algumas situações em que esse acúmulo de pêlos se torna excessivo e volumoso, não conseguindo ser eliminado e acumulando-se no trato digestivo, causando gastrite, úlcera e até mesmo oclusão intestinal.

Quando diagnosticado precocemente, este problema é solucionado rapidamente, sem grandes transtornos, mantendo sempre o controle através de métodos simples que evitam o acúmulo desses pêlos nos trato gastrointestinal, porém em casos crônicos em que há oclusão intestinal, o tratamento é mais complicado, necessitando de lavagens intestinais e até mesmo cirurgia para a retirada desse tricobezoar que atua como um corpo estranho no intestino do animal.

Os principais sinais dessa patologia são: apatia, anorexia, vômitos freqüentes, alternância de diarréia e constipação e perda de peso.

Os gatos de pelagem longa em geral são os mais acometidos, principalmente nas épocas de troca de pêlos (primavera e outono) em que há uma maior eliminação e renovação dos mesmos.

Para evitar que esse problema se torne sério, o mais importante é a prevenção, que se dá através de cuidados simples, como:

  • Higiene regular do seu gatinho - escovação, banho e tosa regulares executados por profissionais capacitados e acostumados com o manejo dos felinos;
  • Evitar ou ao menos amenizar situações de stress (devemos nos lembrar que os felinos são extremamente sensíveis às alterações ambientais) evitando assim que ocorra lambedura excessiva psicogênica;
  • Oferecer sempre ração de alta qualidade com grande quantidade de fibras (algumas rações inclusive possuem compostos que auxiliam nesse controle de bolas de pêlos);
  • Possuir em casa a chamada “graminha para gatos” (alfafa que você pode ter em casa em um pequeno vasinho e que ajuda no funcionamento intestinal, muito útil para animais de apartamento que não têm acesso à jardins);
  • Em casos onde os vômitos são mais frequentes, é necessária a utilização de produtos veterinários com formulação que auxilia na eliminação dessas bolas de pêlo no organismo, que deve ser prescrita por um veterinário, inclusive para receitar a freqüência e a quantidade necessária para cada gatinho, de acordo com o problema que ele apresente.

E por fim, devemos sempre nos lembrar que os felinos são seres sensíveis e discretos, e que muitas vezes podem apresentar algum problema que nos passa desapercebido, portanto sempre reserve uma parte do seu dia para dar à ele toda atenção e carinho que ele merece, aproveitando para observá-lo.

Orientação nº 2: Síndrome do Gato Páraquedista

O termo “Síndrome do gato páraquedista” surgiu na Espanha e é definido aqui no Brasil como “Síndrome da queda de grande altura”, um fenômeno que ocorre com gatos que vivem em apartamentos e acidentalmente sofrem grandes quedas.

Com o aumento da população mundial, um maior número de pessoas passou a viver em apartamentos, principalmente nas grandes cidades onde há uma busca intensa por espaço, segurança e praticidade.

Aliado a esses aspectos, o gato tem se tornado o pet ideal para o novo estilo de vida social: necessita de pouco espaço, não incomoda os vizinhos, pode ser alimentado apenas uma vez ao dia e faz suas necessidades na bandeja sanitária, tudo isso sem deixar de ser carinhoso e muito companheiro.

Acompanhando o número crescente de apartamentos e gatos que vivem neles, infelizmente cresce também o número de quedas acidentais desses animais em apartamentos que não possuem redes de proteção nas janelas e varandas.

Gatos são seres muito curiosos e possuem grande habilidade em andar em locais estreitos e altos; porém durante uma aterrissagem na janela podem escorregar ou mesmo durante uma caçada (passarinhos, borboletas) podem se desequilibrar e cair; alguns animais durante o sono podem fazer movimentos inconscientes e escorregar do parapeito. Infelizmente a grande maioria dos animais que sofrem quedas chegam ao consultório politraumatizados e muitas vezes já sem vida. 

Mas afinal, o que isto tem a ver com a Síndrome do gato páraquedista???É que curiosamente estudos comprovam que animais que caem de uma altura superior ao 7ºandar de um prédio apresentam mais chances de sobreviver do que aqueles que caem de alturas menores.

Isso se explica devido ao fato de que quanto maior o tempo da queda, mais tempo o gato tem para rotacionar sua cabeça e colocar-se em posição quadrupedal, distribuindo melhor o peso do corpo e amortecendo a queda, além da capacidade de abertura das quatro patas, fato que aumenta a resistência do ar e diminui a velocidade da queda.

Porém devemos nos lembrar de que cada caso é um caso e alguns animais podem não estar aptos a desenvolver esse sistema (idosos, obesos ou gatos que estavam dormindo por exemplo) e essa teoria pode ser falha.

Portanto, para evitar colocar a vida de nossos gatinhos em risco, devemos telar todas janelas e varandas e de preferência com uma empresa especializada, que ofereça garantia do produto e serviço prestado.

E lembre-se: em certos casos a prevenção é a maior prova de amor que você pode dar ao seu gato.

fONTE: Dra Natalia Higa, Médica Veterinária, Amante de gatos